Como é feita a fumaça preta ou branca que anuncia a votação do conclave?

Como é feita a fumaça preta ou branca que anuncia a votação do conclave

O Conclave é um dos eventos mais simbólicos e importantes da Igreja Católica. Nele, os cardeais se reúnem em sigilo absoluto na Capela Sistina, no Vaticano, para escolher o novo Papa. E enquanto o mundo aguarda ansiosamente a notícia do novo pontífice, um antigo sinal visual continua sendo utilizado: a fumaça que sai da chaminé.

O Vaticano produz cuidadosamente a fumaça, que pode ser preta ou branca, não apenas como símbolo da tradição católica, mas para garantir que os fiéis e o público em geral compreendam se houve ou não uma eleição bem-sucedida, utilizando métodos específicos como cartuchos pirotécnicos e reações químicas controladas. Mas como essa fumaça é gerada? De onde vem essa tradição? E por que a cor dela é tão importante? Vamos explorar todos esses detalhes neste artigo.

A origem da tradição da fumaça no Conclave

O uso da fumaça como forma de comunicação durante o Conclave começou em 1878, no Conclave que elegeu o Papa Leão XIII. A intenção era simples: comunicar visualmente o andamento da eleição papal sem quebrar o sigilo do processo. Desde então, sempre que há uma votação, a fumaça que sai da chaminé indica o resultado daquele escrutínio.

Tradicionalmente, a fumaça preta revela que os cardeais não elegeram um novo Papa durante o Conclave, enquanto a fumaça branca anuncia que eles escolheram o sucessor do Papa. Esse sistema se tornou tão emblemático que atrai milhares de fiéis à Praça de São Pedro, ansiosos por ver a cor da fumaça.

O processo do Conclave: onde tudo acontece

O Conclave ocorre na Capela Sistina, uma das construções mais icônicas do Vaticano. Os cardeais eleitores ficam isolados do mundo exterior durante todo o processo. Os organizadores proíbem qualquer tipo de comunicação com o mundo externo durante o conclave. Após cada votação, os cardeais queimam as cédulas em um fogão instalado na Capela Sistina, garantindo o sigilo absoluto do processo eleitoral.

É desse fogão que sai a fumaça que vemos na famosa chaminé. E é justamente neste momento que entra a química por trás das cores da fumaça.

Como é feita a fumaça preta?

Os organizadores do Conclave produzem a fumaça preta, também chamada de fumata nera , ao queimar as cédulas quando a votação não alcança os dois terços dos votos necessários (89 votos) para eleger um novo Papa.

Inicialmente, a fumaça preta era produzida somente pela queima das cédulas e de outros materiais úmidos, como palha. No entanto, isso gerava confusão: muitas vezes, a fumaça saía cinza ou ambígua.

Para resolver esse problema, desde 2005, o Vaticano passou a utilizar cartuchos com compostos químicos específicos para garantir a cor intensa e inconfundível da fumaça. A composição da fumaça preta inclui:

  • Perclorato de potássio
  • Antraceno
  • Enxofre

Essa mistura cria uma combustão que produz uma fumaça densa, escura e altamente visível. Os organizadores do Conclave controlam a queima para que ela dure alguns minutos, garantindo que todos os presentes e os telespectadores possam ver com clareza o sinal.

Como é feita a fumaça branca?

A tão esperada fumata biancafumaça branca — sinaliza ao mundo que um novo Papa foi eleito. A emoção é visível entre os fiéis, jornalistas e religiosos que lotam a Praça de São Pedro para testemunhar esse momento histórico.

Assim como no caso da fumaça preta, também é usada uma mistura química específica para gerar uma cor clara e facilmente identificável. A fumaça branca é produzida com:

  • Clorato de potássio
  • Lactose
  • Colofónia (um tipo de resina natural)

Essa mistura cria uma queima limpa e brilhante, emitindo a fumaça branca que sobe da chaminé e emociona católicos ao redor do mundo.

Um sinal que vai além da fumaça: os sinos do Vaticano

Após problemas de interpretação da fumaça em Conclaves passados — quando a cor da fumaça parecia ambígua ou demorava a clarear — o Vaticano decidiu reforçar o sinal. Desde o Conclave de 2005, quando Bento XVI foi eleito, os sinos da Basílica de São Pedro também tocam para confirmar que um Papa foi escolhido.

Assim, mesmo que haja alguma dúvida em relação à cor da fumaça, o som dos sinos garante a clareza do anúncio.

Um misto de tradição e tecnologia

Mesmo sendo um evento carregado de simbolismo antigo, o Conclave não ignora os avanços tecnológicos. Os organizadores do Conclave adaptaram a tradição aos tempos modernos ao utilizar cartuchos químicos, garantindo que a comunicação seja clara, segura e inequívoca.

Os bombeiros do Vaticano instalam a chaminé conectada a um forno especialmente montado para o Conclave, inserindo os cartuchos de forma segura e liberando a fumaça imediatamente após a queima das cédulas sempre que há uma votação.

Por que isso ainda é importante?

Em um mundo tão digital, onde a informação circula em tempo real, o Vaticano mantém o uso da fumaça como símbolo tradicional do Conclave, adaptando-a com métodos modernos, como cartuchos químicos , para garantir sua visibilidade e clareza. No entanto, essa tradição carrega um valor simbólico muito forte para os católicos. A fumaça é um sinal de unidade, fé e continuidade da Igreja, que se mantém viva através da eleição de um novo líder espiritual.

Além disso, o uso da fumaça — com todo o ritual que envolve o Conclave — reforça a seriedade e o mistério do processo, algo que muitos consideram essencial na escolha do sucessor de São Pedro.

Um momento aguardado pelo mundo

Quando a fumaça branca sobe e os sinos da Basílica de São Pedro tocam, os fiéis do mundo inteiro voltam sua atenção para a sacada do Vaticano, onde o Cardinal Protodeacon anunciará o novo Papa com a tradicional frase “Habemus Papam”. Até esse instante, os cardeais mantêm em segredo o nome do eleito, sendo desconhecido para todos fora da Capela Sistina. É um instante de expectativa, fé e celebração que mobiliza milhões de pessoas.

E tudo começa com a simples, porém poderosa, fumaça que sai daquela pequena chaminé.

Fonte: Wikipédia

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