Como a China se tornou o maior credor do mundo?

Como a China se tornou o maior credor do mundo

Como a China se tornou o maior credor do mundo, superando os Estados Unidos, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional? Como a China conseguiu essa posição e quais são as consequências para o mundo?

Os caminhos que levaram a China a se tornar o principal credor global.

A principal estratégia de como a China se tornou o maior credor do mundo foi a Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês), que apoia e frequentemente constrói cerca de 21 mil projetos de infraestrutura em todo o mundo.

Iniciada por Xi Jinping em 2013, a BRI visa conectar China, Europa, África e Ásia por meio de extensas redes de transporte, energia, comunicação e comércio.

Na última década, a China emprestou mais de US$ 1,3 trilhão para construir infraestrutura em países de baixa e média renda, visando impulsionar o comércio e ampliar sua influência. A China também restaurou antigas rotas comerciais entre o país e o resto do mundo, que ficaram conhecidas como a Nova Rota da Seda.

Os benefícios e os riscos da BRI.

A BRI é vista como a chance para países em desenvolvimento fortalecerem infraestrutura, crescimento econômico e colaboração com a China. A BRI também tem sido elogiada por promover a integração regional, a diversificação comercial e a redução da pobreza.

No entanto, a BRI também tem gerado críticas e preocupações em vários aspectos. Um deles é o endividamento excessivo dos países receptores, que muitas vezes não têm capacidade de pagar os empréstimos chineses. Alguns países, como as Filipinas, tiveram que inclusive abandonar projetos devido às altas taxas de juros e das condições desfavoráveis impostas pela China.

Outros países, como o Sri Lanka, tiveram que ceder ativos estratégicos ou direitos de exploração de recursos naturais à China como garantia ou pagamento da dívida.

Outro aspecto é o impacto ambiental da BRI, que deixa uma enorme pegada de carbono num momento em que a proteção ambiental deveria ser prioridade. Projetos da BRI, como usinas de carvão e gasodutos, são criticados por emissões de gases estufa, degradação ambiental e violações dos direitos humanos em países parceiros.

Um terceiro aspecto é o desafio geopolítico que a BRI representa para os Estados Unidos e a União Europeia, que veem a China como uma ameaça à sua liderança e aos seus interesses globais. A BRI aumenta a influência global de Pequim, especialmente em regiões estratégicas como a Ásia Central, o Oriente Médio e a África.

A BRI funciona como instrumento diplomático e coercitivo da China, utilizando empréstimos como meio para obter apoio político ou concessões dos países parceiros.

O futuro da BRI.

A iniciativa do Cinturão e Rota é um projeto ambicioso e de longo prazo, ainda em andamento e sujeito a mudanças. A China enfrenta o desafio de garantir o pagamento das dívidas, já que muitos países estão em dificuldades financeiras e alguns empréstimos estão inadimplentes. A China, em alguns casos, mais do que duplicou a taxa de juro como penalização por atrasos de pagamento, de 3% para 8,7%. Em outros casos, a China tem mostrado flexibilidade e disposição para renegociar ou perdoar as dívidas, especialmente diante da pandemia de Covid-19.

A BRI também enfrenta a resistência e a concorrência de outros atores internacionais, que têm oferecido alternativas ou contrapropostas aos países em desenvolvimento. Por exemplo, os Estados Unidos lançaram a Iniciativa de Financiamento para o Desenvolvimento (DFC, na sigla em inglês), que visa apoiar projetos de infraestrutura sustentável e transparente em países emergentes. A União Europeia lançou a Estratégia de Conectividade Europa-Ásia, que visa promover a cooperação em áreas como transporte, energia, digitalização e direitos humanos.

A BRI é, portanto, um fenômeno complexo e dinâmico, com implicações profundas para o mundo. A China se tornou o maior credor do mundo por meio da BRI, mas também enfrenta riscos e desafios. Os países receptores da BRI têm que avaliar os custos e os benefícios dos empréstimos chineses, e buscar um equilíbrio entre as oportunidades e as responsabilidades. O futuro da BRI dependerá da capacidade da China e dos seus parceiros de adaptarem-se às mudanças e de cooperarem para o bem comum.

Fonte: terra.com.br / Fonte: cultura.uol.com.br / Fonte: poder360.com.br

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